Direção de Thomas McCarthy
EUA, 2015, Comédia, 01h39. Com Adam Sandler, Steve Buscemi, Dan Stevens, Dustin Hoffman, Method Man, Sondra James, Lynn Cohen, Ellen Barkin, Fritz Weaver. Classificação: 14 anos.
Você conhece aquele ditado, que diz que “para conhecer alguém de fato, calce seus sapatos”? Pois essa nova “comédia bonitinha” de Adam Sandler parte dessa idéia bastante interessante. Ele é Max Simkin, um sapateiro que preferia ser outra coisa na vida (ele é filho e neto de uma família de sapateiros), e que mora sozinho com a mãe idosa. Simkin exerce sua profissão numa velha e acanhada sapataria de Nova York. Simkin tem uma vida pacata e de poucas ambições, ao lado do melhor amigo, o vizinho barbeiro Jimmy (Steve Buscemi). Sua vida porém vira do avesso quando ele descobre uma maneira de ver o mundo com os olhos dos donos dos sapatos que conserta – mas isso só funciona quando ele calça os sapatos delas.
Assim como já fez anteriormente em “Click” (de cujo filme, aliás, esse aqui é cópia escancarada), o personagem de Sandler usa os “mágicos poderes” que adquire subitamente para mudar a vida daqueles que ama, como amigos, familiares e vizinhos. A descoberta do protagonista abre espaço para que ele encarne diversos tipos diferentes e estereotipados em comédias desse tipo: o chinês, o travesti, o obeso, o virgem etc. Algumas cenas são sensíveis e encantadoras – como a oportunidade de presentear a mãe com um reencontro com o marido, que os abandonou há anos – já outras são completamente idiotas e sem graça.



O filme se atrapalha todo em seu desenvolvimento e não consegue atingir nenhum objetivo a que se propõe: simplesmente não é engraçado (poucas risadas surgem no começo e vão rareando até o final), não provoca reflexão como deveria e não consegue transmitir uma mensagem convincente, tratando os elementos que poderiam ser mais “sérios” com extrema superficialidade e timidez. Aqui, a lição de moral sobre responsabilidades e escolhas definitivamente não colou. O final é repentino e forçado, e infelizmente a impressão geral fica aquém do que a ideia inicial interessante poderia fazer supor.
E prá finalizar: The Cobbler (nome original do filme em inglês) = em português, “O Sapateiro“. Me explica Imagem Filmes, que raio de título é esse? “Trocando os pés”? Puxa vida, mas será que é tão difícil fazer o simples?
Veja abaixo dois trailers de “Trocando os Pés”:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=bess6samsqw]
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=cCle9OsiwgM]
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