
Satisfeitos com a atuação de Roger Moore no filme anterior (Viva e Deixe Morrer, de 1973), os produtores Albert Broccoli e Harry Saltzman parece que resolveram economizar. Este segundo filme de Moore na pele do agente secreto britânico é um dos mais fracos de toda a série. 007 contra o Homem com a Pistola de Ouro dispunha de um baixo orçamento (apenas US$ 7 milhões), o que pode ter contribuído para a qualidade medíocre do filme.
Um bom exemplo aparente deste corte nas despesas com a produção era o habitat do vilão, que podia ser operado totalmente por apenas duas(!!) pessoas. Ou seja, esqueça aqui aquelas centenas de ajudantes uniformizados empregados pelos vilões nos filmes mais tradicionais de 007. O quartel-general do vilão, inclusive, está mais para parque de diversões do que qualquer outra coisa. Mas apesar da produção mambembe e da estória insossa, o filme não foi um fiasco completo e é conhecido por ter algumas cenas e personagens marcantes para os fãs.
Scaramanga: um vilão de primeira linha
Pois o próximo alvo de Scaramanga é justamente 007, e o MI6 resolve lhe dar férias, para que o agente possa se defender da ameaça. Em vez disso, Bond resolve ir à caça do vilão, antes que este o encontre. Para isso, nosso agente contará com a ajuda pouco eficiente da atrapalhada bondgirl Mary Goodnight (Britt Ekland). Com o desenrolar de suas investigações, 007 vai chegando cada vez mais próximo de seu inimigo. E ele descobre também que o vilão está desenvolvendo um aparelho revolucionário, que converte a energia do sol em raios laser poderosamente letais.
Filme é um dos mais “esquecíveis” de toda a série
Como já dito, o filme conta com algumas – poucas – cenas memoráveis. Uma delas é o duelo final à moda antiga, entre Bond e Scaramanga, nas areias de uma paradisíaca praia na Ásia. Mas a cena mais icônica é, sem dúvida, o salto em espiral sobre uma ponte semi-destruída a bordo de um carro, dando um giro de 360 graus para a frente (uma das cenas mais incríveis de toda a franquia). Infelizmente, porém, o resultado geral não é lá essas coisas. O ritmo do filme é arrastado, o roteiro não é complexo como uma boa estória de espião exige, e não há muitas cenas de ação que mantenham nossa atenção presa na tela.
Como destaques temos algumas atuações marcantes, seja para o bem ou para o mal. O ator-anão Hervé Villechaize, mais conhecido pela série de TV A Ilha da Fantasia, faz o braço-direito do vilão Scaramanga, Nick Nack – numa atuação bem-humorada e sarcástica. Outro ponto de alto humor no roteiro é a volta do xerife Pepper, feito pelo ator James Clifton, que já havia aparecido no filme anterior. Agora, Pepper está de volta ajudando Bond justamente na cena de perseguição de carro a Scaramanga.
Bondgirls decepcionam, por razões diferentes


As bondgirls, porém, são um ponto altamente negativo. A personagem Goodnight em nada ajuda Bond e apesar de bonita, é tão burra que chega a ser bisonha. E a amante do vilão, vivida por Maud Adams, é a garota mais sem graça de toda a série. Ainda assim, a atriz voltaria num filme de 007 anos mais tarde, interpretando Octopussy, numa atuação bem melhor.
007 contra o homem da pistola de ouro é, à exceção do primeiro filme de Bond (Dr. No, exibido 12 anos antes), o episódio de menor bilheteria de toda a franquia. Arrecadou 97 milhões de dólares em todo o mundo, sendo US$ 21 milhões apenas nos EUA. A estréia foi logo no ano seguinte ao filme anterior (o que era comum na época de Sean Connery, mas jamais se repetiu depois), visando consolidar a imagem de Moore no papel de James Bond. Apesar dos problemas na produção, o resultado final acaba não comprometendo, principalmente pelo desempenho do próprio Roger Moore, que segurou o “rojão” com muita competência.
Assista o trailer original do filme, em inglês (sem legendas):
Cena do salto sobre o rio (sem legendas):
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